quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vizinhos...

Na aurora da minha vida, na infância querida que os anos não trazem mais... havia uma música que falava em morar onde não mora ninguém, onde não passa ninguém, onde não vive ninguém... será que ainda há casas vazias neste lugar? Não seria nada mal morar em um lugar assim... ainda mais quando seu vizinho de porta é uma pessoa extremamente desapegada a tudo, principalmente desapegada ao bom senso. Hoje por exemplo, ele resolveu seguir a máxima do recordar é viver e desenterrou uma música que deve ter sido gravada por algum integrante da comitiva de Pedro Àlvares Cabral, logo que chegou ao Brasil.

Não, eu não tenho nada contra músicas antigas. Também sigo a máxima do recordar é viver de vez em quando e acho que a música boa é aquela que sobrevive por toda a eternidade, ainda mais nesta época em que vivemos onde os sucessos são fabricados e descartáveis, como os copos de plástico. Então, se não tenho nada contra as músicas antigas, por que estou reclamando do vizinho?

Simplesmente porque o vizinho decidiu ouvir a música um milhão de vezes, no último volume e antes das seis da manhã. Que doce, não? Quando eu consegui me situar do que estava acontecendo, já tinha outro vizinho reclamando com ele. Poxa, vizinho, pelo menos deixa um disco inteiro tocar...




terça-feira, 27 de outubro de 2009

Parece que sou a mais nova vítima das flechas do cupido. E que seja verdade aquela frase de música que diz "se um coração diz que sim à paixão, como pode o outro dizer não?"



terça-feira, 20 de outubro de 2009

Moderador de apetite


Já tentei fazer dieta 8.975.511 vezes. Todas elas sucumbiram ao primeiro fim de semana, quando eu me permitia algumas concessões e regalias como uma recompensa para as privações dos dias úteis. Resultado, qualquer mísero grama perdido durante a semana, voltava em dobro. Entretanto, mais uma das mudanças em minha vida durante este ano: encontrei a combinação perfeita - dieta dos sonhos, fim da repugnância pelos exercícios físicos e o estímulo que faltava para levar tudo a sério.

A dieta dos sonhos eu encontrei por acaso na internet. Por acaso mesmo, eu não estava procurando e ela apareceu em uma reportagem que comecei a ler casualmente. A sua eficácia (ou promessa de) consiste no controle da quantidade, e não na qualidade dos alimentos. Sendo assumidamente muito chata pra comer, não poderia deixar de vibrar com a possibilidade de deixar meu restrito cardápio do mesmo tamanho e com permissão para comer até pizza!!!

O fim da repugnância pelos exercícios físicos começou no dia em que resolvi usar a esteira elétrica que até então era um simples objeto de decoração na minha casa. Percebi que meu corpo respondeu bem, e não estou falando somente em perda de peso, mas em disposição.

E o estímulo pra levar tudo a sério, claro que tem nome e sobrenome. Quando uma torta de chocolate se insinua pra mim e faz minha boca salivar, é só pensar no meu estímulo... começo a ver um monte de berinjela no lugar da torta (nada contra quem gosta, mas pra mim não desce).

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dicas de presente

Falta pouco mais de um mês para o meu aniversário. Eu me considero uma pessoa fácil de se agradar com presentes, mas como eu já ouvi o contrário, vou deixar aqui uma pequena lista com três sugestões:







domingo, 4 de outubro de 2009

04 de outubro de 1995

Quatorze anos desde que o telefone da minha casa tocou as cinco da manhã. Minha mãe atendeu e antes que me dissesse alguma coisa, as batidas aceleradas do meu coração já me anunciavam que do outro lado estava alguém com a notícia horrorosa da perda de meu tio, irmão caçula de minha mãe. Se despedia da vida jovem, aos 42 anos, em decorrência de um infarto que o tirou da fila de espera por um doador de rim. Ele foi sempre um dos mais próximos a mim, certamente o que mais frequentava a minha casa. Aquele telefonema significava que nunca mais passaria meus domingos ouvindo as suas histórias que nunca esqueceria. Naquele momento eu percebi que gostava dele mais do que eu imaginava.

Em pouco mais de um mês eu completaria dezessete anos. Estava no primeiro semestre da primeira faculdade e tinha uma prova naquele dia. Eu nunca fui de chorar mas  foi chorando que entrei no banho e o café da manhã que eu tentei comer, tinha gosto de lágrimas. Eu decidi fazer a prova, e falei com minha mãe que não iria ao enterro. Muitos me chamaram de fria, de sem coração, de desumana, de várias coisas. Naquele dia eu tive certeza de duas coisas. A primeira, é que eu não queria ter como última recordação de meu tio seu corpo inerte e sem vida em um caixão. A segunda, é que realmente existem coisas que nunca saberemos explicar. Quando eu tomei a decisão de fazer a prova para fugir do enterro, eu senti meu tio perto de mim me dizendo que eu fiz a escolha certa.

Com o coração em frangalhos eu fui pra faculdade. Não era a mesma pessoa de sempre, estava quieta, pensativa, segurando o choro. A prova foi no mesmo horário do enterro. Choveu muito naquela manhã, era como se as nuvens derramassem as minhas lágrimas. Eu não me conformava de perder ele tão cedo. Ao preencher o cabeçalho da prova, percebi que era 04 de outubro, dia de São Francisco de Assis, e senti uma paz incrível. Acho que entendi que as coisas não acontecem por acaso.

Quatorze anos se passaram e ainda sinto a presença dele em vários momentos. A tristeza já não é tão grande, a saudade sim. Ela me faz sempre lembrar dele com carinho. Ainda não sei porque resolvi escrever isso aqui hoje. Nem quero me preocupar com isso.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O circo já temos, onde está o pão?


Estava pensando que as coisas não mudam, apenas se modernizam e ganham ares um pouco diferentes. Vocês lembram das aulas de História no colégio, quando viram a política de pão e circo do governo na época do ímpério romano? Para quem não lembra, resumidamente, havia distribuição de pães e espetáculos circenses para distrair a população e assim ela não pensar na política. Com a evolução (?) da sociedade, o pão já não é mais necessário... basta o circo. E assim, teremos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. Tempo suficiente para eleger (e/ou reeleger) governadores, prefeitos, presidentes... todos compromissados em cumprir os cronogramas ao preço que for... quem paga a conta é a gente...

Trazendo o circo para a realidade local, será que a Copa de 2014 será com metrô? Lá se vão dez anos para construir metade da primeira etapa, míseros seis kilômetros... e isso aqui (ô ô) é um pouquinho de Brasil (iá iá)