segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Algumas considerações


Não importa o começo da história, apenas o fato de que o texto veio parar em minhas mãos como leitura obrigatória. E lá está a autora a defender a censura nos meios de comunicação do Brasil, com o argumento de que a autorregulamentação não funciona neste segmento. Não vou defender os meios de comunicação, eu não vivo em um "mundo fantástico" nem "no país das maravilhas" e já estou crescidinha demais para ser tão inocente e acreditar que eles são totalmente íntegros e éticos, que produzem apenas conteúdos com caráter educativo, que o interesse comercial fica do lado de fora das redações.

O que me espanta é ver um pedido pela volta da censura no Brasil surgir com a voz da produção de conhecimento, de uma acadêmica. Não devemos esquecer que os meios de comunicação são formados por pessoas, e tudo que se refere ao ser humano não é exato. Nenhum de nós é ético em tempo integral. Nenhum de nós pode atirar a primeira pedra nos meios de comunicação. Mas também não é certo a absolvição de todos os pecados da mídia. Se os meios de comunicação (principalmente os veículos de imprensa) vestem o rótulo de justiça e julgam, condenam e punem os cidadãos, eles nos dão os mesmos direitos, seguindo a máxima do faça aos outros aquilo que gostaria que fizessem com você. 

O que precisamos é desenvolver o hábito de reclamar, de protestar, de cobrar resultados. Não devemos nos calar diante de atos que ferem a ética, a moral e os costumes. Organização é a palavra-chave, e por representar uma ameaça à manutenção do poder , ela é o tempo inteiro combatida... e com a ajuda dos meios de comunicação. Não acho que a solução seja a volta da censura, que tanta vergonha trouxe a este país, e sim a mudança de postura da sociedade, passando a exigir dos órgãos de autorregulamentação um caráter mais atuante. Se a mídia gosta tanto de julgar, que julgue seus próprios atos.

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