sábado, 14 de fevereiro de 2009

O milagre das unhas

Apesar das evidências em contrário, o meu atelier permanece vivo. Atendendo a milhões de pedidos, e preocupada com os suicídios em série das pessoas que já não conseguem viver sem este blog... eu voltei. Motivos para o apagão criativo foram vários, mas já não me incomodam o suficiente a ponto de tomar completamente as idéias. Sobra espaço para articular parágrafos cheios de mim. Um dos motivos da parada era a vontade de mudar o nome do blog, como eu disse antes, queria algo que fosse a minha cara. Depois de muito tempo meditar, concluí que meu atelier é sim a minha cara. Reli alguns posts e percebi que o blog é permeado de modéstia, e me reconheço em cada linha. Uma repaginada no visual e voltamos com tudo.

Para marcar a minha volta em grande estilo, este post é dedicado as minhas unhas. Se você não está entendendo o porquê então nunca olhou para elas... Passei a vida inteira cultivando unhas roídas com todo fervor, em qualquer situação que me deixasse um pouco nervosa. Na época de provas da escola, se o ônibus atrasasse um pouco eu não perdoava as pobres unhas... a depender do atraso, eu tinha que me controlar para não tirar o tênis e atacar os pés!!! Nunca cheguei atrasada em prova mas nunca consegui controlar os nervos com os horários.

E sempre as pessoas me dizendo que eu deveria parar de roer unhas, que não ficava bem para uma "mocinha". Ensinaram milhares de truques para minha mãe, eu mesma inventei outros milhares mas nada funcionava. Colecionava arranhões em cada centímetro do meu corpo, causados pelas minhas unhas roídas, e me prometia sempre que eu ia parar. Às vezes eu conseguia ficar alguns dias evitando que as unhas tivessem contato com os dentes. Até que tinha alguma partida do Sâo Paulo televisionada e.... Depois que Jorjão surgiu na minha vida eu tentei substituir os ataques às unhas por abraços apertados nele mas não adiantou. Eu abraçava ele com uma mão e a outra era automaticamente levada à boca.

E assim sempre foi com tudo. Nem vou falar de quando aparecia um garoto que fazia o coração bater mais rápido... aí mesmo é que eu quase roía os dedos junto.

E eis que , sem nenhuma razão aparente e sem nenhum método mirabolante, eu simplesmente parei. Nem me dei conta, um belo dia olhei para as minhas unhas e me assustei. Acho que o milagre já tem um mês. Não sei como nem quando começou (quer dizer, neste caso é melhor dizer que terminou)e nem sei se é em definitivo. Ainda não despertou a vaidade de ir ao salão "fazer as unhas", o que seria uma experiência inédita na minha vida... por enquanto eu estou curtindo a fase se usar lixa! Tão legal isso, uma terapia. Já passei por dois jogos do São Paulo e amanhã tem a prova de fogo no primeiro clássico de unhas não roídas. Vamos ver se elas resistirão....

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