sábado, 14 de novembro de 2009

Seguindo ordens que não se sabe quais são

Faça o que seu coração mandar, ela disse. Frase típica de quem não quer se comprometer com um conselho, mas não pareceu assim. A frase veio depois que alguém disse, talvez ela mesma, que sentimento não é algo que se pensa, é algo que se sente. Incoerência, talvez, já que isso é lógico e lógica definitivamente não é algo emocional. Ao final da conversa e da noite, aquelas palavras ainda ressoavam como um eco na mente... mas adormeceu. E sonhou que alguém pegava algo que lhe pertencia sem pedir sua autorização. E sonhou várias outras coisas que aparentemente não faziam nenhum sentido, mas apenas dois trechos ainda estavam em sua lembrança quando acordou. Um de maneira um tanto vaga, uma sensação de perigo por estar em um terreno que parecia conhecido mas demonstrava aspectos que nunca houvera percebido. E o outro, a coragem de enfrentar tudo e todos para obter de volta aquilo que lhe haviam subtraído sem que ela percebesse. E como ficou feliz em constatar que ainda estava intacto.

Ficou se perguntando como interpretar aquilo. Não é normal que se lembre dos sonhos ao acordar, quando isso acontece, geralmente a lembrança é de um pesadelo, ou melhor, de partes dele. Foi assim quando começou a história que desencadeou o conselho da amiga sobre fazer o que o coração manda. Seria agora o fim? Ou o início de uma nova etapa? Depois de algum tempo pensando nisso, a praticidade que lhe é peculiar lhe trouxe de volta à realidade. E decidiu seguir o conselho da amiga, e fazer o que o coração está mandando. Só então percebeu que neste momento, ele é como o terreno do seu sonho: por agora se mostra anônimo, desconhecido, ignorado. É preciso primeiro entender o que se passa lá dentro. Terá sido o autoconhecimento aquilo que lhe tiraram sem sua permissão? E aquele sentimento, o que era? Ainda é o mesmo ou se transformou? Isso só o tempo dirá. Enquanto não consegue entender qual a ordem do coração, o conselho da amiga de nada adianta.

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