sexta-feira, 25 de maio de 2012

Eu ainda respeito a justiça desse país

A vida inteira eu ouvi, li, e acreditei, que as decisões judiciais devem ser acatadas. Mas agora, parece que a "moda" tem outra tendência: ignorar, desobedecer. Os trabalhadores rodoviários de Salvador decretaram greve e, desde a última quarta-feira, não há ônibus circulando na capital baiana. A paralisação se estende também às linhas intermunicipais. A justiça determinou que 40% da frota fosse mantida em operação em horários normais e 60% nos horários de pico, sob pena de multa diária de R$50 mil em caso de descumprimento.

Na tarde de hoje, a justiça estabeleceu o dissídio coletivo e promoveu o julgamento da greve como legal, mas abusiva, determinando o imediato retorno às atividades. Os trabalhadores tiveram parte das reivindicações atendidas, mas reunidos em assembleia decidiram que vão continuar a paralisação. A conta bancária do sindicato está bloqueada para o pagamento da multa estabelecida.

Alguns rodoviários alegam que tentaram trabalhar e foram impedidos por líderes do movimento. Não duvido, até porque vivi experiência semelhante. A Constituição Brasileira estabelece que a greve é um direito do trabalhador. Entretanto, parece que a desordem impera no país e cada um interpreta a lei da maneira que lhe for conveniente. A greve deixa de ser um direito e passa a ser um dever do trabalhador, obrigado a aderir a um movimento com o qual não se identifica, ou não acredita. É preciso um basta para esta situação antes que as coisas se tornem irreversíveis, antes que cada um faça a sua própria lei.

Sinto-me envergonhada em ver que nem a justiça está sendo mais respeitada no Brasil. Que futuro podemos esperar em um país como este?

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