quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Será mesmo o fim de uma era?

Era pra passar aqui ontem para comentar alguma coisa sobre a renúncia de Fidel mas zzzzzzz.... Esta é uma notícia que eu jamais esperei ler. Tinha a impressão que Fidel governaria eternamente, mesmo tendo consciência da impossibilidade de tal fato acontecer. Conversando aqui, não com meus botões, mas com minhas teclas, duas coisas se destacam: a "imparcialidade jornalística" e os desdobramentos do fato ( que vai se juntar ao atentado de 11 de setembro de 2001 no "Top Five" dos grandes acontecimentos do milênio ).


Falando da "imparcialidade jornalística", alguém ainda acredita nisso com tantas referências adjetivadas ao "líder comunista", "líder revolucionário" ou "ditador cubano" já nos títulos ou nos leads? Se eu fosse escrever algo para ser publicado em um veículo da grande imprensa, certamente eu chamaria Fidel Castro de "presidente de Cuba, no poder há 49 anos, depois de liderar uma revolução na Ilha". Mas hoje o público vai escolhendo as notícias que coincidem com o seu ponto de vista... pergunto então que futuro eu tenho na profissão se ninguém concordar comigo ou se eu não concordar com o dono do veículo que eu trabalho...


Os tempos mudaram. Fico imaginando como seria a notícia na década de 1940. A instantaneidade, o real time ficariam por conta do rádio e certamente a notícia somente seria digerida no dia seguinte, com os longos artigos dos jornais. E levaria um bom tempo até que o mundo inteiro soubesse. Em um cenário completamente diferente em pouco mais de meio século, bastaram alguns minutos para que até os marcianos recebessem a notícia pela internet. Apesar de não ser da geração de 1940, eu ainda tenho um certo "deslumbramento" com a internet.


Na minha singela opinião, Fidel se afastou do cargo mas não do poder. Enquanto estiver em condições de interferir ele o fará. Não tem jeito, quem nasceu para ser líder morre líder. Liderança não é autoridade, Fidel foi, é, e sempre será líder. Nem por isso acertou em todos os seus atos e decisões. Fidel é humano, por que não cometeria erros? O que não concordo é com o julgamento midiático que se faz. Mostrem os fatos, os bons e os ruins,deixem que o público decida o que pensar depois de pesar os prós e contras. A renúncia de Fidel é um marco histórico por ele representar o último ícone do socialismo no poder. Mudanças estruturais se aproximam, façam suas apostas.

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