sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Voar, voar, subir, subir... ir por onde for..."

Desde criança eu sonhava em ser repórter. Sentia que ser repórter mais do que uma vocação é uma missão. Levar informação para as pessoas, e quem sabe com isso plantar sementes que possam germinar um mundo melhor... Ideais de juventude? Utopia? Sonho? Que nome você daria? Eu vou chamar de sonho.

Quis o destino e o vestibular que meu encontro com a faculdade de Jornalismo fosse adiado para uma fase mais madura. Mais ou menos como a gente idealiza o príncipe encantado e acaba se conformando com o sapo porque o amor já nos dominou, foi a minha relação com a profissão nestes anos de faculdade. Por mais que os espinhos me furassem, a beleza da flor me estimulava a seguir adiante. E algumas pessoas e episódios me mostraram que... sim, nós podemos! Podemos fazer um jornalismo responsável, ético, comprometido somente com a verdade e com o público.

E eis que chega o esperado último semestre. Uma monografia realizada com toda a dedicação de alguém que esperou uma vida inteira para realizar um sonho (lembram que foi assim que chamei lá no primeiro parágrafo?). E, às vésperas do sonho se tornar realidade, se convertendo em um diploma... o diploma deixa de ser obrigatório para o exercício da profissão! Toda a minha caminhada foi em vão? Meu sonho era como o de Ícaro? Sinto minhas asas derretendo...

O que resta agora? Pedir desculpas a uma nação inteira, que custeou meus estudos. Sim, meu diploma não obrigatório virá de uma Universidade pública, logo, financiada pelo suor de milhões de trabalhadores... que também financiam os salários daqueles que tornaram meu diploma dispensável.

Um comentário:

  1. Eu acho isso um absurdo. É realmente lamentável termos de acompanhar esse tipo de transformação que em vez de proporcionar a evolução da sociedade só nos leva a retroceder...

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