quinta-feira, 11 de junho de 2009

A aventura de uma astigmata hipermétrope fotofóbica com a pupila dilatada

Levei um tempo ensaiando, confesso, para falar sem gaquejar que meu problema de visão é astigmatismo hipermetrópico. É para aparecer mesmo, assim como na época do aparelho ortodôntico eu gostava de falar dos bráquetes, de oclusão, de apinhamento, de canino invertido, de terceiro molar... Depois eu traduzia tudo para a linguagem popular, como se fosse especialista no assunto... era a veia jornalística atuando! Somos assim, somos especialistas em tudo.

Certo dia, entre uma leitura e outra dos mais de sessenta livros da minha bibliografia do TCC, eis que ouço um estalo... era o parafuso da armação dos óculos que se soltava! Em meio ao desespero eu percebi o estado de calamidade pública em que a armação se encontrava e resolvi agir para que meu exame de revisão dos óculos deixasse de ser um mero "vou marcar". Já tinha uns cinco anos que eu não ia ao consultório de oftalmologista e oito anos que estava com a mesma armação...


Pulando a etapa chata da novela que foi para marcar a consulta, vou direto ao que quero colocar aqui. Adorei a médica mas odiei o fato de ter que dilatar a pupila. Só quem é fotosensível e tem astigmatismo como eu sabe o sofrimento que é. Terminada a consulta, resolvo dar uma passada no shopping ao lado da clínica, para já mandar fazer meus óculos novos. Achei que tiraria de letra a tarefa de andar sob o sol das dez horas da manhã com a pupila dilatada, afinal de contas é um trecho daqueles que a gente anda "de olhos fechados". E foi justamente assim que eu tive que andar, ou quase isso. Os poucos metros que separam a clínica da entrada do shopping pareceram uma distância de maratona. As lágrimas caíam a cada passo e piorava ainda mais a minha já quase inexistente visibilidade. Minha pequena via crucis incluia andar com os raios solares incidindo frontalmente em mim, atravessar a rua e não me bater nos pedestres.

Ao entrar no shopping, um novo desafio: ficar algumas horas lá dentro e não ser sugada pelo consumismo. Como eu não enxergava os preços com definição, eu sempre achava que eram preços de três ou quatro dígitos e desistia.... depois eu vi que eram as vírgulas que separam os centavos... De qualquer forma, o efeito de enxergar tudo turvo foi mais prolongado desta vez, talvez pela associação com o colírio anestésico para medir a pressão intraocular. Liguei pro serviço hora certa porque não enxergava os números no celular, depois atendi uma chamada sem ter a menor idéia de quem estava me ligando. Foi uma verdadeira aventura!

Um comentário:

  1. Kkkkkkkkkkkkkk To rindo horrores aqui, porque sei exatamente o que é isso. Eu tenho o mesmo problema e, certa vez, saindo do meu oftalmologista (que é lá na Graça) tive de acompanhar minha avó ao Shopping Barra. Minha aventura foi bastante parecida e a cada linha que eu lia eu ia me lembrando daquele dia... Kkkkkkkkkkkkk
    Beijos!

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