Ontem foi dia de festa cívica em Salvador. Para quem não sabe, ou não lembra, quando o Brasil se tornou independente de Portugal, cinco províncias ainda ficaram sob domínio da metrópole. A Bahia foi uma delas, e somente em 2 de julho de 1823 conseguiu expulsar as tropas portuguesas para consolidar a nossa independência.
Em ano de Copa do Mundo, em que o Brasil vai jogar justamente neste dia, os festejos começaram uma hora mais cedo. Em ano de eleição, mesmo mais cedo e com chuva forte, os candidatos a sucessão do governo estadual estavam lá.... com uma simpatia de fazer inveja a muita Miss Universo. Abraçavam calorosamente os transeuntes, mesmo contra a vontade destes. As crianças e os idosos são os alvos preferidos, e, se uma criança sai na foto chorando, haja photoshop ou cara de pau para dizer que "a emoção não tem idade, todos querem estar perto de um homem de verdade" ou qualquer outra frase impactante. Os candidatos se oferecem para as entrevistas com a imprensa, e usam todas as frases de efeito de que possam lembrar, sempre tomando o cuidado de retribuir um aceno (ainda que imaginário) enquanto sorri para a câmera.
É a era da política de imagem. Não se pensa em projetos, propostas, ideais. O mais importante é fazer bonito na televisão, é saber usar bem as câmeras. Mal posso esperar pelo começo da campanha eleitoral na televisão... em um cenário onde nenhum dos candidatos se destaca pelo carisma (tanto em esfera nacional como local), as estratégias de marketing terão que ser bastante eficientes e criativas, e qualquer detalhe pode decidir o resultado das urnas.
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