sábado, 21 de agosto de 2010

Para a postagem de hoje escolhi um tema bem apetitoso...

Em 99% das vezes eu tenho a companhia de colegas de trabalho na hora do almoço. Obviamente, durante a semana o mais prático é recorrer aos self-service que comercializam a refeição por peso (falando assim os nosso "comida-a-quilo" ganham um ar de requinte e sofisticação), e a turma sempre se reúne por lá. Daí veio a inspiração gastronômica de hoje...

Sempre exigimos uma variedade grande destes restaurantes, como se em casa todo dia tivéssemos à disposição dezenas de bandejas... Queremos que seja servido carne, peixe e frango nas versões cozida, assada, gralhada, gratinada, marinada, frita e crua, e ainda uma opção com soja e mais umas duas ou três com frutos do mar. Mínimo de duzentas opções de salada com quarenta tipos de molho. Até mesmo o trivial feijão e arroz devem oferecer alternativas: arroz integral, branco, à grega, de forno... O feijão tem que ter as versões "gorda", "magra", tropeiro e o que mais a criatividade da equipe da cozinha puder inventar.

Outra regra básica é que não há regras na hora de "montar" seu prato, a miscigenação tão peculiar da cultura brasileira, se apresenta também à mesa. Planejamos uma refeição "x",  no meio do caminho já estamos com a refeição "y" no prato, e quando chegamos à balança o alfabeto já está completo. São vários pouquinhos que formam um montão... Mas tem tanta coisa com uma "cara" boa que a gente fica com vontade de experimentar tudo... a gente tem a versão caseira disso quando pega todos os restinhos de comida na geladeira e faz o famoso mistão...

Com o tempo, começamos a aprender alguns truques para evitar surpresas desagradáveis na balança (em todos os sentidos). Vamos identificando as maneiras que deixam o prato, a consciência e nosso corpo mais leve, e não o nosso bolso. Sim, porque a quantidade influencia mas quem define mesmo a conta é o peso. Ou vocês nunca perceberam que todos os dias há uma infinidade de massas à disposição e as folhas de alface cada vez mais vão ficando restritas à função decorativa? Da mesma forma que descobrimos os truques, os donos dos restaurantes também...

É importante também conhecer o publico que frequenta o local, para que você defina suas estratégias de horário. Por exemplo, se você gosta de saladas e grelhados, e o local é mais frequentado por mulheres, chegue cedo para não correr o risco de não encontrar mais. Se os homens são a maioria do publico, no máximo some a salada de batatas... as folhas e os grelhados permanecem praticamente intocados. 

A formação da fila dos frequentadores também é algo bem tradicional no comida à quilo. As pessoas desafiam as leis da física, fazendo dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço. Praticamente uma guerra nesta hora, todos querem ser o primeiro e estão prontos até mesmo a empurrar e pisar no pé se for necessário... Ninguém está disposto a esperar, ninguém quer a comida muito mexida, de forma que é comum duas mãos (de donos diferentes, claro) disputando a mesma bandeja, o mesmo prato, os mesmos talheres...

As pessoas costumam conversar o tempo todo, inclusive enquanto se servem, e micróbios salivares são solidariamente compartilhados na hora do almoço. É como se você beijasse na boca todos os seus colegas durante a refeição... Mas o bom de ir com os colegas de trabalho é evitar aquele constrangimento de ter que sentar-se à mesa com um estranho porque o restaurante está lotado... Ficam os dois sem saber o que fazer, ou alguém tenta puxar um assunto para tornar o momento mais agradável...

No caminho para a balança, sempre há a armadilha das sobremesas. Lutamos contra os seus desejos mais secretos, fingimos não ver os pudins e tortas e optamos pelas frutas. Mas sempre chega aquele magrinho que come como um elefante desfilando as guloseimas e a sua superioridade no metabolismo... que ódio! Na saída do restaurante há outras armadilhas. No caixa, uma variedade imensa de doces, balas, chocolates e chicletes. O truque é evitar olhar na direção destas calorias sedutoras e pagar sempre com cartão de crédito, para evitar que a falta de troco faça você voltar com alguns destes "inimigos" na bolsa.

Observando os grupos como o meu, com colegas de trabalho, percebemos que as mulheres demoram mais a se servir, mas seus pratos são sempre mais vazios (com raras exceções). Elas também são as que mais reclamam da falta de opções e do sabor dos pratos. E as que menos consomem bebidas.

E aí chega o fim de semana e você marca de almoçar com as amigas. Cada uma com seus gostos particulares. Na hora de decidir o restaurante, descobrem , depois de muita conversa, que não há pontos em comum no cardápio. Qual a saída? Um lugar que ofereça uma variedade considerável de opções para que cada uma coma o que mais gosta... diz aí, quem não pensou em comida à quilo??? Realmente eles vieram para ficar.

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