domingo, 27 de janeiro de 2013

She-ra

Esta semana estava "zapeando" e encontrei She-ra em um canal de televisão. Parei para assistir. Achei que teria uma visão diferente do desenho depois de adulta, mas não. Sempre achei que os personagens do bem (exceto a heroína) em She-ra são meio sem graça, e têm uma única função: serem aprisionados pela Horda e dificultar as coisas. E sempre argumentei que em He-Man não era assim, já que Teela e Mentor eram mais eficientes na luta contra o mal. Ou seja, não podemos considerar que são versões masculina e feminina de um mesmo desenho. Continuo com a mesma opinião, mas isso não me impede de gostar da animação. 

She-ra me traz boas recordações. A espera pelos sábados e férias escolares, para ver o "Xou da Xuxa". Para ver She-ra, He-Man, Smurfs, Caverna do Dragão, Scooby-Doo, A Turma da Pesada, O Garoto do Futuro... a infância dos anos 80. Eu adorava os desenhos animados, mas gostava de canções "de gente grande" como as do RPM, Lulu Santos, Kid Abelha e Paralamas. Me orgulhava de saber as letras de todas elas, mas também me divertia ao som do Trem da Alegria... E a capa do meu caderno era Xuxa...

Já estou fungindo do tema da redação... voltemos a She-ra. Meu primeiro "padrão" de beleza a ser perseguido, digamos assim. Achava lindo aquele vestido branco caindo perfeitamente, sem apertar na barriga dela. Queria ser daquele jeito, mas até então eu fazia de tudo para não participar das aulas de educação física, vivia meu momento ateniense e não abdicava dos prazeres da gula infantil. Eu cresci, e veio o convite para uma festa à fantasia. Chegando na loja para alugar, estou folheando o catálogo e me deparo com... She-ra! Nem precisei olhar mais nada. Já sabia a que eu queria. 

E então, veio o choque de realidade. Tive que vestir a fantasia que cabia em mim, e não a que eu queria. Era assim com todas as roupas mesmo... Frustrações podem fazer muito bem a um indivíduo, se ele tiver coragem. E determinação é uma grande aliada na vida de qualquer pessoa, se andar junto com a ética, claro. Não que eu tenha transformado o vestir a fantasia de She-ra em uma meta para a minha vida, até porque hoje eu vejo que a roupa não é nada prática e não combina com meu estilo. Mas quem sabe o traje de Carmem San Diego não me sirva como uma luva???

Enfim, foi muito bom ver She-ra novamente e perceber que eu cresci, amadureci, mas ainda guardo boa parte da criança que fui dentro de mim. A alegria da infância continua na minha essência, mesmo que muitos se sintam incomodados com isto e que às vezes até queiram destruí-la. 






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